sábado, 26 de junho de 2010

Morando sozinho

Ainda estamos em junho e 2010 já está registrado na minha biografia (hein?!)... ok, ok... se eu fosse menos preguiçoso e tivesse mais tempo livre pra registrar minha biografia neste blog ou em qualquer outro lugar, o ano de 2010 já teria sido registrado como um marco.

Larguei o emprego;
Passei num concurso;
Passei 4 meses num curso absurdamente puxado;
Aprendi algumas coisas muito... interessantes;
Virei pai adotivo de uma gata esquizofrênica;
Experimentei spray de pimenta;
Minha banda foi finalista num duelo de bandas;
Ganhei 2 kg;
Voei de helicóptero;
etc

Não bastasse tudo isso, eu agora estou às vésperas de me mudar de casa para morar sozinho numa cidade longínqua.

Boas notícias nunca vêm sozinhas.

Eu, que dizia (brincando) que moraria na casa dos meus pais até os 40, vou ter que trabalhar bem longe de casa, numa cidade que eu não conheço e onde não conheço ninguém, chamada Macaé.
Imaginando a loucura que seria, comecei cedo a planejar minha nova vida. Pesquisei pousadas, kitnets, flats e apartamentos. Acontece que Macaé é um lugar cheio de criaturinhas laranjas com capacetes amarelos que trabalham pra uma empresa chamada Petrobrás... ou seja, é uma cidade onde muita gente disputa moradias provisórias a tapa, deixando os preços de quitinetes e quarto-salas nas alturas.
Eu, apesar de toda evolução desde os tempos de colégio, ainda não encontrei minha vocação pra socialidade, logo não pretendo dividir apartamento com desconhecidos, nem passar muito tempo em pousadas. Restando a indigna missão de fazer minha própria "casa" do absoluto nada. Como nunca morei sozinho, corri pro excel e comecei a calcular...

... os custos.

DO APARTAMENTO?

Por mais que preferisse um apartamento quarto-sala com varanda, cozinha, mobílias e vaga pra Valentina (minha motoca) na garagem, vi logo que não teria dinheiro pra isso.

DA QUITINETE?

Cogitei então um singelo quitinet (kitnet? kitchenette?) e, pesquisando bem, encontrei algumas opções razoavelmente próximas ao meu (futuro) local de trabalho. Um porém: só um deles tinha mobília.
Mas o que isso tem de mais?
Simples: eu não tenho carro; aí depois de meses trabalhando eu finalmente mobílio a casa; aí sai a minha remoção devolta para a capital; aí eu fico com um monte de trambolhos empacados sem ter como trazer; aí eu dou um jeito e consigo trazer tudo; então fico com um monte de trambolhos empacados dentro de casa, sem uso.

DO FLAT

Pedindo conselhos a meus futuros colegas de trabalho pela internet, me surgiu uma opção bem razoável: o apart-hotel (vulgo: flat, que em inglês quer dizer: achatado). Uma colega, que está às vésperas de conseguir o que eu só posso esperar pra ter (a remoção pro Rio de Janeiro) me sugeriu e me pareceu uma boa. O flat tem ar-condicionado, internet, microondas e frigobar, além de toda a mobília necessária pra uma vida digna. Não é cobrada multa rescisória e ele fica perto de tudo. O preço disso tudo: menos dinheiro no bolso, lógico.

Em princípio eu fico com a última opção, torcendo pra colega conseguir vir pro Rio e vagar o flat dela lá. Se não der, ainda tem um kitnet mobiliado que eu posso conseguir... mas não é tão perto do trabalho.

Enfim, moradia é a minha principal preocupação, afinal de contas tornar-me um sem-teto é bem pior do que ficar devendo algumas contas pro mês seguinte.

Por enquanto eu fico por aqui. Mês que vem eu devo voltar a postar com mais regularidade aqui no blog, afinal de contas estarei numa cidade distante, trancado num quarto, sem ter com quem conversar, sem TV a cabo e desesperado com as contas, supermercado, novos tics, TOCs e hobbies...incluindo conversar com as paredes.

* Aceito sujestões e dicas relacionadas à aventura de morar sozinho para marinheiros de primeira viagem. Comentem aqui ou no twitter.com/leonardo_baldez